E assim escreveu Miguel Torga sobre este país de nada:
“ Em Portugal, há duas coisas grandes, pela força e pelo tamanho: Trás-os-montes e o Alentejo. Trás-os-montes é o ímpeto, a convulsão; o Alentejo, o fôlego, a extensão do alento”.
“Terra da nossa promissão, da exígua promissão de sete sementes, o Alentejo é na verdade o máximo e o mínimo a que podemos aspirar: o descampado dum sonho infinito e a realidade de um solo exausto”.
“ Embriago-me na pura charneca rasa, encontrando encantos particulares nessa pseudo-monotonia rica de segredos. Nada me emociona tanto como um oceano de terra estrema, austero e viril. A palmilhar aqueles montados desmedidos, sinto-me mais perto de Portugal do que no castelo de Guimarães. Tenho a sensação de conquistar a pátria de novo e de a merecer…"
"Mas a terra alentejana pode comtemplar-se ainda no estado virginal, virgem, exposta e aberta. E é nela que encho a alma e afundo os pés, num encontro da raiz com o húmus da origem…”
In Portugal, edição do autor, Coimbra 1957. ( não sei as páginas, não encontro o livro, acho que a minha irmã é que o tem, tinha estas frases copiadas num bloco de apontamentos).
In Portugal, edição do autor, Coimbra 1957. ( não sei as páginas, não encontro o livro, acho que a minha irmã é que o tem, tinha estas frases copiadas num bloco de apontamentos).
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