Ontem encontrei um amigo que já não via há uns bons kilos atrás e foi engraçado, deu-me muitos elogios, que eu estava com bom aspecto e etc… entrou mesmo em pormenor, comentando que o meu namorado devia ser óptimo. Eu ainda lhe perguntei, qual namorado? Ele todo simpático argumentou que só podia ser maravilhoso porque eu estava com uma pele lindíssima. Não lhe respondi, porque não queria ser indelicada, mas de facto a minha pele melhorou bastante desde que coloquei os patins no último indivíduo egoísta e perturbado que achava que me podia subjugar. É engraçado observar as projecções que os outros fazem em nós, o amigo de ontem achou que o meu bom aspecto derivava de ser uma bem fodida, engana-se, sou livre, estou muito ocupada a fazer o que acredito e gosto, tenho a sorte de ter outras paixões na vida. Desde pequenas que nos incutem que só somos alguma coisa, enquanto mulheres, com um homem, ou já agora dois, porque temos duas mamas, um homem e um bebé. São histórias muito lindas, não coloco a questão totalmente de parte, mas de facto o romantismo só origina possessão e dependência nas relações humanas, eu tenho mamas, mas não sou estúpida. Há muito que sei que nunca estarei satisfeita, nem completa e não acredito que um homem ou um filho resolvam isso. Acredito sim que ainda encontrarei o guardião da minha solidão, alguém com quem possa relacionar-me de um modo harmonioso e mais maduro, foi o Rilke que me ensinou isso. E quanto a indivíduos egoístas e perturbados que têm a mania de me chatearem em situações de crise, tenho bons amigos que não me deixam cair na esparrela outra vez, é uma sorte.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
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