O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Dia-a-dia #124



Vitor Rua é um artista visionário, não é que ele já tinha composto uma música alentejana marciana, antes ainda da Nasa andar a analisar a águas de Cabeço de Vide?

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Dia-a-dia #123



Habitualmente digo que sou das terras do além, quando me refiro à minha origem alentejana. Fiquei agora a saber que afinal o Alentejo e Marte têm muito em comum e que a vida no planeta poderá ter origem em Cabeço de Vide, a Nasa anda por lá.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Poema #88



OJOS, HERIDO ME HABÉIS...
Mote

Ojos, herido me habéis,
acabad ya de matarme;
mas, muerto, volvé a mirarme,
porque me resuscitéis.

Voltas

Pues me disteis tal herida
con gana de darme muerte,
el morir me es dulce suerte,
pues con morir me dais vida.
Ojos ¿qué os detenéis?
Acabad ya de matarme;
mas, muerto, volvé a mirarme,
porque me resuscitéis.

La llaga, cierto, ya es mía,
aunque, ojos, vos no querráis;
mas si la muerte me dais,
el morir me es alegría.
Y así digo que acabéis,
oh ojos, ya de matarme;
mas, muerto, volvé a mirarme,
porque me resuscitéis.


Luís de Camões

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Poema #87

O poço não é mar
a rua não é rio
janela não é castelo
o frio não é vazio.
O olho não é a lua
o barco não é peixe
caranguejo não é beijo
caravela não é vela.
A neve não é o lírio
o sorvete não é mel
sintoma não é suspiro
e folha não é papel.
Mariposa não é cor
laranja não é limão
ilusão não é amor
favo não é coração.

Salette Tavares – Espelho Cego. Lisboa: Edicões Ática, 1957.p.71

domingo, 14 de outubro de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dia-a-dia #120

Este fim de semana fiquei a saber pelo Correio da Manhã que o Jorge Jesus fez um lifting, botox para ficar mais Camila Parker BOLAS. Ontem foi a notícia de que o adulto livro de poesia de Alice Vieira foi recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 2º ano (crianças de 7 anos?). Hoje li isto. Mais um bocado e começo a acreditar no fim do mundo, como foi anunciado pelo calendário Maia.




sábado, 6 de outubro de 2012

Dia-a-dia #119

A cidadã Luisa Trindade ontem protestou nas restritas comemorações da Républica no Páteo da Galé em Lisboa, sendo retirada de lá pelos seguranças. Também a cidadã Ana Maria Pinto cantou "Firmeza" de Lopes-Graça, com poema de João José Cochofel. Alguns dos presentes aplaudiram-na.  Ambas encarnaram a Républica no 5 de Outubro de 2012, são o seu rosto actual. BRAVO mulheres lutadoras. Fica aqui o depoimento da cantora:

.«“Ninguém me ouve, ninguém me acode porquê?”

Gritava a Luisa Trindade, enquanto ecoavam ainda umas palavras do palco com tapete vermelho...A Luisa gritava, servindo-se inteiramente de si mesma e do seu desespero.

E estava ali eu com a Firmeza na mão...e era a Luisa que eu ouvia entre tantas palavras, A Luisa ali ao meu lado com Tudo de si mesma no coração, em grito.

Ouvem-se palmas, acabaram as palavras do outro lado...é a vez da esperança, é a vez da Luisa e do seu coração, rumo certo em si mesma, rumo certo em mim mesma.

Em forma de canto gritava agora eu: “...Que o teu corpo agora fale, presente e seguro do que vale...”

A Luisa exigiu, avançou, exigiu ainda mais ser ouvida..não chegou onde queria chegar... entretanto esvaziou-se o palco...entretanto cerraram-lhe o caminho...

E eu cantava “...Pedra em que a vida se aliceça...Pega-lhe como um senhor, e nunca, e nunca como um servo...”

Levaram a Luisa, e agora avancei um pouco eu...avancei com a Firmeza na mão, e com a Luisa no coração. E eu cantava:

“Canta os sonhos com que esperas, que o espelho da vida nos escuta!”

À minha volta ouviam...ouviam a música, ouviam a poesia e uma voz lírica...”caminho aberto, abriu-se caminho”...e no fim até bateram palmas. Bateram palmas a Luisa, o que ouviam era a Luisa, porque era a Luisa o coração de cada palavra...presente e seguro do que vale.»

Ana Maria Pinto



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dia-a-dia #118


Bandeira da República colocada do avesso. De acordo com os códigos militares, a bandeira ao contrário significa que o local está tomado pelo inimigo.