O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Poema #46

***

viver na propriedade da fábrica. a fonte que regressa para si mesma... o coração paga
o fígado.

says the infant. vou morrer muito em breve....................enterra no chão os palhaços
que se põem sempre em pé.

............ este indivíduo seja um rebanho, que sempre caminhando, começou a pastar
sobre outros corpos. os sócios que trabalham segundo o método bola de neve.

quantas refeições podes tu tomar hoje à noite................................ sem ser esmagado
pelos próprios progressos. os sobredotados entre as vítimas

paisagens de expectativas............................ transparentes como um jardim da frente.
nelas reconhecemos o incêndio florestal, e, por baixo, o lençol de água.

o seu brilho é a sua didáctica............ uma lei governamental regulamenta o próximo.
quantas vezes podes ir dormir esta noite. a thousand years.

Daniel Falb, " Naturezas-mortas sociais:33 poemas" ( tradução de Pedro Sena-Lino e Tiago Rocha de Morais), Sextante editora, p-47.

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