Ontem deparei-me com o caos-belas no seu melhor: puxa, já nem me lembrava de como aquele edifício comporta uma percentagem invulgar de loucos por metro quadrado. Dirigi-me para lá para assistir a uma aula, que por acaso era do mestrado de pintura e como havia algumas vagas para doutorandos, inscrevi-me via on-line. Cheguei cedo, fui conversando com a Clara que é professora e vai investigar na área da educação artística – já a conhecia, mas não daquele antro, é uma pessoa adorável, ambas tínhamos efectuado a inscrição via on-line. Os alunos foram-se agrupando em torno da porta da sala e nisto chega a senhora pintora com o professor convidado, olha para quem não era de lá, conta em alto e diz em voz imponente: vamos ter problemas, isto é uma aula de mestrado e não cabe cá toda a gente. UUUauuuu, boa tarde! Começou a confusão, o pessoal a mandar vir, alguém resmungou porque faltou ao trabalho para estar ali, outro porque tinha vindo do Algarve, e a senhora pintora implacável: não tenho nada a ver com coisas burocráticas, isso é na secretaria - continuou dando um show à maneira - ninguém vai ficar aqui sentado no chão numa sessão de duas horas que requer atenção - só lhe faltava dar com o chicote nos candidatos a doutores das Belas. Dou-me mal com estas situações, quando fico nervosa dá-me para rir em público, devo de ter largado umas boas gargalhadas a olhar para aquilo. A Clara que é uma pessoa madura – diria que em matéria de educação para ela, são muitos anos a virar frangos – perante a confusão disse: sendo assim, devem passar à frente os doutorandos de pintura. Concordei, apesar de eu e a Clara sermos as únicas inscritas, em termos logísticos teríamos prioridade, acrescentei ainda que a aluna que faltou ao trabalho também deveria passar. Nisto, sobrou um grupo de oito doutorandos, o professor convidado estava à porta da sala em estado de choque, zonzo a olhar de boca aberta para a senhora pintora que continuava aos berros. A Clara para a acalmar perguntou: quantos ainda cabem? Ainda havia três lugares, sorteamos e o destino disse-me para não ficar ali a assistir ao resto. Aproveitei então para tratar de coisas na secretaria, fui ao conselho científico tirar dúvidas sobre o que tenho de fazer este semestre, tratei de assuntos práticos necessários. Foi melhor assim.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
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