O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Dia-a-dia #141
Quando acordei da cirurgia na enfermaria onde estive internada recentemente, havia um enorme movimento e as camas estavam todas ocupadas, ao contrário da véspera da operação, onde apenas eramos três por lá. Isso acontece porque hospital onde estive tem urgências que funcionam bem, mal era detetado um problema em alguém, automaticamente era realizado o internamento e a intervenção. Foi o caso da minha companheira do lado, a Luísa, uma simpática enfermeira de Gouveia, da Marta, que estava na cama ao lado da Luísa, e também da D. Beatriz, que ficou na cama entre a Fernanda e a D. Vitória. Só eu, a Fernanda e a D. Vitória tivemos cirurgias marcadas com antecedência. A fragilidade física e psicológica em que todas nos encontrávamos fez com que partilhássemos vivências, sobretudo quando tomávamos as nossas refeições em conjunto, sentadas nas mesas entre as camas da enfermaria. Eramos muito diferentes, com problemas vários e em faixas etárias diversas, mas estávamos ali numa experiência a que apelidei de combate. Numa altura onde se fala em reduzir o número de camas nos hospitais públicos e que o estado social se encontra ameaçado eu pergunto-me: o que de futuro poderia acontecer àqueles três casos que foram internados de urgência, se não existissem camas vagas para elas? É revoltante, uma cama num hospital público não é apenas um número, corresponde sim a uma vida humana, que é tratada e salva.
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Boas melhoras e uma boa recuperação. Boas Festas. Um abraço amigo do primo Manuel Moura Lopes
ResponderEliminarObrigada Manuel, e um Bom Natal e Ano Novo.
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