Porra! Porque é que existem vizinhos? Porque é que a estupidez na espécie humana é infinita? Só quero construir um jardim, ainda agora comecei e já estou farta das desconfianças, dos olhinhos, de perguntinhas com segundas intenções, de cravansos e empata fodas. Costumo ser diplomata, mas se já dormi mal hoje depois de ouvir coisas tão absurdas ontem, estou com sapos no estômago por fazer de conta que nada tem importância para levar a minha avante, sinto que isto vai descambar, vai- me saltar a tampa. A propósito de tampa, existe uma fossa no meu prédio que não é limpa à três anos, porque está no quintal do rés-do-chão, onde vivia uma velha que morreu (antes ela do que eu). A senhora não tinha descendentes, dizem que deixou a casa à Igreja da terra dela, mas um afilhado tem um processo em tribunal a reivindicá-la, resumindo, aquela casa agora não é de ninguém. Entretanto, depois de telefonemas, de falar com diversas pessoas em que cada um tem uma história diferente para contar, consegui falar com alguém que tem a chave daquele antro fechado desde a morte da velha, para haver acesso à fossa por parte do pessoal que lá for limpar. Telefono para a câmara, dizem que alguém tem de levantar a tampa da fossa. A casa de banho da velha junto ao quintal está a deitar água para fora, vê-se através do gradeamento da porta e é um pivete insuportável. Quando levantarem a tampa, vai haver uma inundação de merda nos quintais.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
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