Conheci recentemente a poeta alemã Barbara Köhler, na apresentação do livro VERSschmuggel/ Contrabando de VERSOS no Goethe-Institut em Lisboa. A Barbara entusiasmou-se com o meu trabalho ao visitar a minha exposição, de tal forma, que lhe propus trocar uma escultura por uma fotografia dela. E assim foi, ela levou uma pequena Babilónia para a Alemanha, é mais pequena do que está aqui fotografada, chamou-lhe Babel-baby e escreveu-me a anunciar que habita agora na cozinha da sua casa, ao lado de outros objectos artísticos, junto uma janela bem iluminada – está num sitio caloroso. Hoje estou muito feliz porque recebi a sua fotografia pelo correio, vou colocá-la na parede em frente à minha cama, para ser uma das primeiras coisas que vejo quando me levanto. Deixo-vos aqui também um poema da autora.
fermata
uma paragem uma para
gem por dentro um não
saber como fazer e não
querer no silêncio cai
um som solta-se o destino
do gesto nasce em ondas
a memória do toque
esticadas as cordas os arcos a pele
um som
dado como
perdido
Barbara Köhler (tradução de Ana Paula Tavares) in VERSschmuggel/ Contrabando de VERSOS, Wunderhorn/ Editora 34/Sextante Editora/Literaturwerkstatt Berlin, 2009
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