O conceito
“natureza-morta” existe nas línguas latinas, enquanto nas línguas germânicas e
anglo-saxónica, “still-life” se
relaciona com vida: a origem de “still”
é “stend” que significa estar parado.
O poeta Daniel Falb confessou-me recentemente que ao utilizar o conceito “social
still-life” na sua poesia, relacionava-se com o facto de não querer escrever
poesia narrativa, mas procurar escrever “atemporais naturezas-mortas”, que na
sua língua remetem mais para instante vivo. A meu ver, a interpretação que desenvolvi
em torno do tema resultou em imagens que se aproximam mais do sentido “ainda vivo
social”, porque derivam sobretudo de uma reflexão sobre
elementos díspares da actualidade, onde questiono a tradição da cultura erudita
ocidental, ao desconstruir o género “natureza-morta” através da colagem e da
pintura, confrontando-a com outros elementos de proveniências várias, num
processo de metaforização, para interpelar o mundo onde habitamos e questionar
o que somos enquanto espécie humana.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
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