O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?

segunda-feira, 17 de março de 2014

Natureza-Morta Social #91


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
O conceito “natureza-morta” existe nas línguas latinas, enquanto nas línguas germânicas e anglo-saxónica, “still-life” se relaciona com vida: a origem de “still” é “stend” que significa estar parado. O poeta Daniel Falb confessou-me recentemente que ao utilizar o conceito “social still-life” na sua poesia, relacionava-se com o facto de não querer escrever poesia narrativa, mas procurar escrever “atemporais naturezas-mortas”, que na sua língua remetem mais para instante vivo. A meu ver, a interpretação que desenvolvi em torno do tema resultou em imagens que se aproximam mais do sentido “ainda vivo social”, porque derivam sobretudo de uma reflexão sobre elementos díspares da actualidade, onde questiono a tradição da cultura erudita ocidental, ao desconstruir o género “natureza-morta” através da colagem e da pintura, confrontando-a com outros elementos de proveniências várias, num processo de metaforização, para interpelar o mundo onde habitamos e questionar o que somos enquanto espécie humana.

 

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