A “natureza-morta” é um género
que surgiu com a invenção da pintura a óleo no século XV. Na idade média não
aparecia ainda como género autónomo, apesar de nos manuscritos medievais
góticos, surgirem representações de “naturezas-mortas”. O conceito “natureza-morta”
existe nas línguas latinas, em quanto nas línguas germânicas e anglo-saxónica, “still-life” se relaciona com vida: a
origem de “still” é “stend” que significa estar parado. Em Espanha
foi também utilizado o termo “Bodegó” nas representações de alimentos,
que vem do espanhol “bodegon”, que
significa taberna. “Cesto de Frutas” (1595-96) de Caravaggio foi a primeira
pintura autónoma do género “natureza-morta”: trata-se de um “tromp’oil” representando um cesto de
frutas, como as que surgiram na época, onde esta técnica é utilizada para criar
uma transição entre o espaço do quadro e o observador. Durante o barroco, este
género representou objectos preciosos, loiças, frutas descascadas, com o
instantâneo, onde uma situação ganha uma dimensão infinita através da pintura. Na
Europa do Norte do século XVII, o género desenvolveu-se representando a
abundância, apesar de no geral ser visto como menor pelas academias oficiais:
surgiram as “naturezas com mesa posta”, representações associadas à situação
social da classe média, que estava ligada ao comércio e era mais rica que nos
países latinos. Muitas “naturezas-mortas” tinham um sentido moral acentuado,
usando as representações dos frutos e flores em termos simbólicos, e os
insectos apelando à efemeridade humana. A representação de casulos, lagartas e
borboletas simbolizavam o ciclo de vida e de morte. Tema também frequente nas “naturezas-mortas”
são as “Vanitas”, que se referem à
vaidade, tratando-se de representações onde contrasta o corporal e o
espiritual, representações com a presença de uma caveira e outros objectos
presentes nas “naturezas-mortas”.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
segunda-feira, 3 de março de 2014
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