Olha bem para mim: achas que existo apenas para te servir quando queres e como queres? Hoje podes disparar à vontade, mas capta bem o instante. Sei que o meu olhar verde te assusta, vejo-te por dentro e por fora; queres-me impor o teu olhar, mas já só te suporto com essa máquina nas mãos; estás convencido que me aprisionaste ao anulares os meus desejos, para o teu corpo os ditar e me manteres assim passiva no teu pequeno reino. Tu tens que ser alguma coisa, talvez o melhor fotógrafo do mundo; agora eu quando nasci já era mulher e o que é que sabes sobre isso? Nunca saberás o que é sentir o outro com o corpo inteiro, nem poderás ver o mundo através dos meus olhos; ainda pensas que dominas todos os meus gestos. Olha bem para mim, capta o instante, vais-me retratar como nunca conseguiste, porque tenho as olheiras mais belas do mundo. Eu estou a sorrir para a tua câmara, o meu corpo brilha como um metal, ontem fundi-me com outro até à loucura; hoje já podes disparar à vontade, repara bem no meu polimento, dá-me a eternidade porque estou feliz.
Esta micronarrativa está em http://www.minguante.com/?num=3
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário