O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Poema #31

DUAS ROSAS

No caminho para deus viu-se obrigado
a parar várias vezes.
Vinha do tempo das quimeras.
Partia, a passos rápidos, sem direcção
definida.
De principio não pensou em nada,
Mas a sua situação depressa se lhe mostrou
desagradável e perigosa.
Levava dentro de si a cumplicidade de um
relâmpago, trazia recados de si mesmo
para mais dentro de si próprio.
Todas as suas forças ficaram isoladas
e o tempo tinha o valor físico de um deserto.
Vivia sob lentidão extrema,
não muito longe do que jamais acontecera.
Regressou ao inanimado carácter do seu corpo,
Aos objectos do próprio quarto.

João Miguel Fernandes Jorge


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