tag:blogger.com,1999:blog-10555079981069411342024-02-08T01:40:16.493+00:00EcoO que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.comBlogger887125tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-43396693864783537432019-11-15T11:43:00.001+00:002019-11-15T11:44:37.279+00:00Poema #128<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxG7FsdNzTMQJzBfsmgxCJ6fMvIQI8suqwbOEVywn47FVTp-kYda4T8trXuJsWNncrJ9pcC59JVVfY3XDeo7hsgxKooZGcKUGvGI-4ONi6B-Y94Wli_6oPoPMbnemRBIZ_l1TLoaIOApw/s1600/CCI15112019_00000.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1143" data-original-width="872" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxG7FsdNzTMQJzBfsmgxCJ6fMvIQI8suqwbOEVywn47FVTp-kYda4T8trXuJsWNncrJ9pcC59JVVfY3XDeo7hsgxKooZGcKUGvGI-4ONi6B-Y94Wli_6oPoPMbnemRBIZ_l1TLoaIOApw/s320/CCI15112019_00000.jpg" width="244" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">CASA DA MISERICÓRIDIA</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">O pai
fuzilado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">Ou,
como diz o juiz, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">executado</i>.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">A
mãe, a miséria e a fome.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">a instância
que alguém lhe escreve à máquina:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">Saludo al vencedor, Segundo Año Triunfal,</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">Solicito a Vuecencia</span></i><span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";"> deixar os filhos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">nesta
Casa da Misericórdia.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">O
freio do seu amanhã está numa instância.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">Os
orfanatos e hospícios eram duros,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">mas ainda
mais dura era a intempérie.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">A
verdadeira caridade dá medo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">É como
a poesia: um bom poema,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">por mais
belo que seja, tem de ser cruel.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">Não
há mais nada. A poesia é agora</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";">a última
casa da misericórdia.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif"; mso-bidi-font-weight: bold;">Joan Margarit</span><span style="color: black; font-family: "trebuchet ms" , "sans-serif";"> (Prémio Cervantes
2019). «Casa da Misericórdia» (tradução de Rita Custódio e Àlex Tarradellas),
Ovni, 2009.p.33.</span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-42565461961367872632019-11-02T23:25:00.002+00:002022-12-18T13:05:44.089+00:00Poemas #127
OUVINDO O QUARTETO OP. 131, DE BEETHOVEN<span style="font-size: 10pt;"></span></div>
<br />
A música é, diz-se, o indizível<br />
por ser de inexprimível sentimento<br />
da consciência, ou um estado de alma,<br />
ou uma amargura tão extrema e lúcida<br />
que passa das palavras para ser<br />
apenas o ritmo e os sons e os timbres<br />
só pelos músicos cientes de harmonia<br />
e de composição imaginados. Mas,<br />
se assim fosse, eles só dos homens<br />
saberiam mover-se nos espaços<br />
que a humanidade abandonada encontra<br />
nos desertos de si. Começariam<br />
onde a expressão verbal não se articula<br />
por impossível. Viveriam sempre<br />
na fímbria estreita à beira da maldade<br />
e do absurdo, como que suspensos<br />
na solidão da morte sem palavras.<br />
Não é, portanto, a música o limite<br />
ilimitado dos limites da linguagem,<br />
para dizer-se o que não é dizível.<o:p></o:p><br />
<br />
<div data-adtags-visited="true" id="inline-ad-0" style="overflow: hidden;">
Mas, se não
é, que dizem lancinantes,<br />
neste discreto passeio pelo tempo,<br />
os quatro instrumentos semelhantes<br />
no seu modo de criarem som?<br />
Tão terrível. Sufocante. Doce<br />
ou agridoce desconcerto harmónico.<br />
Que diz? Que diz? Neste contínuo<br />
de temas e andamentos, de tonalidades,<br />
o que se justifica? Que discutem eles?<br />
A sua mesma natureza de instrumentos<br />
e as combinações até ao infinito<br />
de um mecanismo abstracto do imaginar?<br />
Como pode uma coisa que sentimos tão medonha,<br />
tão visionariamente séria e pensativa,<br />
ser irresponsável?<o:p></o:p></div>
<br />
<div data-adtags-visited="true">
Será que nos diz do aquém, do abaixo,<br />
do infra, do primário, do barbárico,<br />
do animal sem alma e sem razão?<br />
Será que todo este rigor tão belo<br />
é como que a estrutura prévia<br />
de que existimos ao pensar as coisas?<br />
E não a quintessência depurada<br />
de uma estrutura que se consentiu<br />
todo o significar a que as palavras vieram<br />
da analogia nominal e mágica<br />
até à consciência dos universais?<br />
Não há tristeza alguma nesta<br />
vida transformada em puro som,<br />
em homogénea outra realidade?<br />
Não é de angústia este rasgar melódico<br />
da consciência antes de criar-se humana?<o:p></o:p></div>
<br />
<div data-adtags-visited="true">
De que, portanto, vem este triunfo<br />
que se precipita, contraditório, nas arcadas<br />
dos instrumentos conversando essências?<br />
É simples convenção? É artifício?<br />
Silêncio irresponsável?<o:p></o:p></div>
<br />
<div data-adtags-visited="true">
Se há mistério na grandeza ignota,<br />
e se há grandeza em se criar mistério,<br />
esta música existe para perguntá-lo.<br />
E porque se interroga e não a nós,<br />
ela se justifica e justifica<br />
o próprio interrogar com que se afirma<br />
não quintessência ela, mas raiz profunda<br />
daquilo que será provável ou possível<br />
como consciência, quando houver palavras,<br />
ou quando puramente inúteis forem.</div>
<br />
<div style="text-align: left;">
10/10/1964</div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
Jorge de Sena. «A arte da música». (1968) Moraes editores.pp.38-40.</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p> </o:p></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-17919157605234734722019-10-13T12:04:00.003+01:002019-10-13T12:04:46.410+01:00Dia-a-dia #292<div style="text-align: justify;">
Em conversa com uma pessoa que votou no CHEGA, mas que percebi que não leu o programa do dr. Ventura, descrevi-lhe algumas das proposta que apresenta que vão contra a declaração dos direitos universais do homem. Essa pessoa, que conheço há muitos anos perguntou-me se podiamos continuar amigos. Disse-lhe que sim porque vivemos num regime democrático, mas no caso do dr. Ventura ir para o poder e terminar com o cargo de primeiro-ministro, criar um regime presidencial onde o parl<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show">amento é reduzido a metade (digamos,um regime autoritário), e vá preseguir os ciganos, imigrantes, pretos e etc. para continuarmos amigos, vai ser dificil porque terá de me visitar na cadeia, porque serei presa (artista com ideias canhotas vai ao ar). Dei-lhe também a hipótese de que seria morta ao lado dos ciganos, imigrantes e pretos, ou seja, vou ser um alvo a abater. A guerra ainda não começou, mas pode vir ai.</span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-37420740929950457982019-10-09T20:01:00.004+01:002019-10-09T20:01:57.584+01:00Dia-a-dia # 291A Múmia ficou com sonhos eróticos desde que a gestora das unhas afiadas laranjas se baixou e mostrou as cuecas ao Dr. Strangelove. MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-52677797103208454392019-10-06T16:33:00.003+01:002019-10-06T16:33:58.496+01:00Dia-a-dia #290<div style="text-align: justify;">
Fui votar à hora do almoço pensando que aquilo estaria tranquilo, mas enganei-me. A fila das Marias onde fui parar nunca mais acabava porque também havia muito José, João e Manuel por lá. Trouxeram as crianças e os avós. Vi pessoal de todas as idades. Voto em Lisboa na mesma freguesia há 32 anos, acho que nunca tinha apanhado aquilo tão movimentado, que azar. Agora chama-se «Avenidas Novas», uma freguesia atipica onde nas últimas legislativas o PSD/PP ganhou com 53%, seguiu-s<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show">e o PS 28%, o BE 7%, CDU 4,84%, Livre 2,27%. A abstenção em 2015 foi 32, 68% e os nulos/brancos 2,72%. Mas o que se passa, lembraram-se todos de ir votar ao almoço e daqui a bocado fica tudo às moscas ou a betalhada anda ao rubro? Logo vou ver os resultados com dois ex-combatentes das Belas, já somos poucos e de certeza que os votos foram diferentes. Ainda por cima não vai haver TV o que é muito bom, só um ecrã do computador por causa dos entusiasmos. Vai haver bom vinho, mas já os avisei que só bebo se a Joacine Katar Moreira for eleita.</span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-45992772540234363622019-10-01T22:35:00.004+01:002019-10-01T22:35:57.240+01:00Dia-a-dia #289<div style="text-align: justify;">
Fui ver «Dor e glória» de Almodóvar, dizem que é o seu filme mais autobiografico. Eu achei que era o mais profundo de todos os que vi, pelo modo como abordou temas dificeis: a doença, a dor, a decadência fisica ou a perda de entes queridos. É um murro no estômago. Mas também tem passagens luminosas porque nos mostra a importância da memória, da escrita como ferramenta de auto-conhecimento e auto-ficção, os encontros, desencontros e reencontros da vida. É um filme que questiona a vida e revela a importância que as memórias de infância têm em períodos dificeis da existência. Comovente e belo, ainda estou meia abananada a digeri-lo.</div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-86143261610381963612019-09-30T20:24:00.003+01:002019-09-30T20:24:56.970+01:00Dia-a-dia #288<div style="text-align: justify;">
Todos os anos em Setembro, o Campo Grande e o jardim do Campo Pequeno são invadidos por bandos de pinguins- morcegos. Houve uma vez que me irritei, mandei um berro e interrompi um desses rituais militaristas, perguntei ao bando se estava a brincar ao fascismo. Aquilo calou-os momentaneamente, deixou-os perplexos a olharem uns para os outros, mas quando me fui embora recomeçaram a urrar. Na semana passada ao sair do metro em direcção a casa para almoçar deparei-me com o jardi<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show">m ao rubro, havia vários bandos de pinguins e pareciam estar plantados nos canteiros à sombra dos plátanos (que me dão conta da respiração). Desta vez dirigi-me a uma das portas da arena sangrenta e ali fiquei com alguma distância a olhar a situação. Reparei que os transeuntes ignoram e nem sequer param perante o espectáculo. E por ser um espectáculo num espaço público, ou cívico se quisermos chamar os bois pelos cornos, desviei-me da arena e resolvi ser espectadora, dirigi-me aos que estavam plantados no canteiro à esquerda, porque faziam mais barulho. Nada de novo, havia um ser do sexo masculino com uma grande colher de pau na mão (será que aquilo compensa alguma coisa?) que gritava alarvidades, estava acompanhado por um pequeno bando também fardado e os noviços à paisana faziam eco. Mas aquilo durou pouco tempo, ou já estavam a acabar ou não gostaram de ser observados, ou as duas coisas. Como entretanto começaram a arrumar o estaminé para darem de frosques, dirigi-me ao bando da direita e fiz o mesmo: ali eram sobretudo carrascas vampiras e não gostaram nada de ver uma kota de braços cruzados a observar o ritual, começaram a mandar-me uns sorrisinhos cínicos. Se calhar também enviei uns sinais quaisquer, afinal somos todos bichos, mas não disse uma palavra. Vi que estavam a exigir aos noviços, que eram sobretudo do sexo masculino, lerem textos em voz alta. Achei logo que deveriam pertencer a uma qualquer Faculdade de Letras, uma vez que o putedo imperava. Não fixei o conteúdo do texto que o miúdo desfardado estava a ser obrigado a ler, mas reparei que ele estava envergonhado e cada vez falava mais baixo. Nisto uma minorca fardada muito voluntariosa tirou-lhe o texto das mãos e fez uma referência qualquer ao «Cântico negro» de José Régio, caramba, afinal existia ali uma intelectual. Comecei a achar que a minha presença incomodava o miúdo à paisana e vi-me embora, mas cheguei à conclusão que um dos problemas das praxes é o pessoal estar a dar espectáculo num espaço público e nem sequer existem espectadores, para além dos intrevenientes, ou seja, não estão habituados a serem observados por estranhos.</span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-80679845611959771922018-09-09T14:03:00.003+01:002019-11-18T18:28:13.923+00:00Dia-a-dia#287<div style="text-align: justify;">
Sonhei que saía das Belas-Artes e ao contrário do habitual, não tinha de apanhar um autocarro para casa ou o metro, porque apanhei boleia. Já no interior do veiculo percebi que se tratava de uma carrinha e perguntei em que direcção iam. Uma rapariga informa-me que passavam pelo Campo Pequeno todos os dias e por isso, me podiam deixar no caminho. E diz-me que fazem este percurso diariamente, poderei apanhar boleia com eles. Pergunto se tenho de contribuir para a gasolina, resp<span class="text_exposed_show">onde que sim, e posso depois usar as facturas no IRS. Expliquei-lhe que estive isenta por causa da bolsa da FCT e olham-me desconfiados. A rapariga diz-me que não me poderão incluir naquele transporte, vão dar prioridade a outra colega, porque necessitam de alguém com outro perfil, para terem as contas na ordem. Expliquei-lhes que já não tinha a bolsa, mas estavam intransigentes, param a carrinha e largam-me na Av. da Liberdade. Acordei a achar que tenho de caminhar com os meus próprios pés.</span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-25810192265455137582018-08-18T16:07:00.001+01:002018-08-18T16:08:05.815+01:00Poemas # 126<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5b78355bf1b137666377762">
FEDERICO GARCÍA LORCA<br />
<br />
Como quer el-rei ter rosas<br />
sem incêndios nos caminhos?<br />
<div class="text_exposed_show">
<br />
Sombra de rosa o teu corpo<br />
nocturno sol vagabundo<br />
<br />
A morte de García Lorca<br />
transforma em rosas o vinho<br />
<br />
transforma em rosas o pão<br />
a água em rosa de lume<br />
<br />
Transforma a terra de espanha<br />
numa rapariga nua<br />
<br />
Cantas ou crescem os rios<br />
da minha pátria salgada<br />
<br />
potro de cal e mar vivo<br />
pequena espanha cercada<br />
<br />
E parte-se o corpo do mar<br />
parte-se a festa do vinho<br />
<br />
Como quer el-rei ter rosas<br />
sem incêndios nos caminhos?<br />
<br />
Miguel Serras Pereira. "Todo o Ano", Porto, Limiar, 1990</div>
</div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-65312942427817407022018-05-31T15:30:00.001+01:002018-05-31T15:31:46.675+01:00Dia-a-dia # 285<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/xMDURI-mumI" width="459"></iframe><br />
<br />
<br />
<br />
Que bem que o Sting canta o John Downland.MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-40101173793336310622018-05-30T00:45:00.005+01:002018-05-30T01:43:41.585+01:00Dia-a-dia #284Eutanásia: só se pode estar contra ou a favor? Detestei ver como este assunto delicado nos últimos dias foi discutido a preto e branco. Havia os do sim à vida a puxar dos galões morais, a vida é sagrada, o horror da eutanásia é um assassinato ou crime, algo que rejeito totalmente. E os que defendem o direito a uma morte digna, a referirem a liberdade de opção individual, onde o pedido de morte perante o sofrimento extremo é encarado como um direito, colocavam-se em posição de <span class="text_exposed_show">vanguarda, acusando quem estava contra de conservador. Pois eu faço parte do pessoal que tem dúvidas sobre a legalização da eutanásia, e rejeito totalmente o discurso de quem estava contra a eutanásia. O bom do debate é que trouxe a público que já existe o testamento vital, algo que em caso de ter uma doença terminal eu iria recorrer. E fiquei também a saber, que existe a sedação paliativa terminal aplicada em casos extremos de sofrimento. É bom saber que estas opções já existem e gostava que fossem mais divulgadas e debatidas, porque assuntos de vida, dor e morte, implicam uma visão mais alargada do que rivalidades entre clubes de futebol ou esquerda direita e centro. O mundo não é feito apenas de retórica, de facto. A aplicação da sedação paliativa terminal nos casos extremos de sofrimento ficará muito caro ao SNS? Será muito mais barato legalizar a eutanásia? Por aqui andam as minhas dúvidas. Sobre a sedação paliativa terminal ler <a href="http://www.apbioetica.org/fotos/gca/1297367969sedacao_em_doentes_terminais.pdf">aqui</a></span>MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-59585927790504095342018-05-24T13:30:00.004+01:002018-05-24T13:30:48.543+01:00Dia-a-dia #283<div style="text-align: justify;">
Sonhei que necessitava de comprar material de desenho e a loja estava cheia, havia imenso movimento de pessoas ao balcão, aquilo era uma balbúrdia. Quando finalmente me atenderam, pedi lápis e um bloco de folhas A4. O vendedor olhou para mim com ares de que sabia tudo sobre materiais artísticos e informa-me sobre os vários pacotes que agora existiam ali à venda. Havia o pacote 'Amadeo' que incluia um bloco com cinquenta folhas, lápis de cores, cola e também o pacote 'Almada',<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show"> que tinha esquadros com vários ângulos, e mostrava-me um dos exemplares de 30º e 60º, lapiseiras de várias espessuras, as borrachas eram brancas. O vendedor continuava a impingir-me coisas e dizia os vários preços das promoções. Eu já estava furiosa viro-me para ele e pergunto: já reparou que não sou uma consumidora tipo? Volto as costas à confusão e acordo a pensar que já não se pode ir à loja comprar lápis e papel porque ficamos mal vistos nesta sociedade onde o ser foi substituido pelo ter. E porque é que havia promoções com nomes de pintores portugueses?</span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-87446474733153117792018-05-21T17:25:00.001+01:002018-05-21T17:27:53.194+01:00Dia-a-dia # 282<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/6IxBPOmdoSY" width="480"></iframe><br />MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-39546204691059038102018-05-17T23:39:00.002+01:002018-05-21T17:33:42.323+01:00Dia-a-dia #281IIIIIIIIiiiiiiiiiiuuuuuuuppppppiiiiiiIIIIIII voltar a cantar no CCUL e o ensaio encerrou com uma peça de John Cage, texto de Gertrude Stein opá opá opá opá opá opá opá opá opáMJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-42237354992866356992018-05-11T16:11:00.001+01:002018-05-11T16:11:09.210+01:00Clara Menéres (1943-2018)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_N1gqQbQeoBiy00qSbnICmj3ZTgbTL0lHLDgokMnuxFLvQRUSxiRibcUQxCNyI5iQPot8Wn0Gv_AOuv53_fyZfN8-rF96SZSzyO9LyzdpwHOJq01p-CuGuQ0cH5I0mfKtI1F4HaP6svI/s1600/32289436_10216130478402580_5612285416959901696_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="654" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_N1gqQbQeoBiy00qSbnICmj3ZTgbTL0lHLDgokMnuxFLvQRUSxiRibcUQxCNyI5iQPot8Wn0Gv_AOuv53_fyZfN8-rF96SZSzyO9LyzdpwHOJq01p-CuGuQ0cH5I0mfKtI1F4HaP6svI/s1600/32289436_10216130478402580_5612285416959901696_n.jpg" /></a></div>
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Clara Menéres. «Mulher-Terra-Vida» (1977). Madeira, terra, acrílico e relva. 300x180x90cm. Escultura exposta na «Alternativa Zero» e reconstruída em 1997 no Museu de Serralves, Porto.MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-18116555455684072092018-05-05T12:40:00.004+01:002018-05-06T00:13:44.889+01:00Dia-a-dia # 280<div style="text-align: justify;">
E voltei a sonhar com as caves das Belas-Arte. Desta vez ainda estava no terceiro ano de escultura. Tinha assistido às avaliações do quinto ano e para variar, era uma desgraça, o professor estava a tratar muito mal os alunos, dizia que ali nem se tinham feito esculturas, era tudo demasiado bidimensional, ninguém tinha cumprido o programa. Era a razia total. Estava a sentir-me desorientada, não sabia o que fazer. O meu projecto era realizar naturezas-mortas tridimensionais, ti<span class="text_exposed_show">nha feito um pião dos antigos em madeira como aqueles que agora estão nos portas-chaves das salas, mas numa escala como deve de ser, e tinha preenchido as superficies com uma corda, estava a ficar com uma textura bonita. Os colegas avisam-me que o professor nos tinha deixado um poema para ilustrarmos, em formato digital. Fomos ver o que era em conjunto, não era nenhum poema, era um filme com um interior de uma casa, onde os espaços estavam sobrepostos. Ao ver aquilo achei que se tratava de um enigma, e que aqueles espaços se poderiam relacionar através da geometria. Não queria voltar a fazer nada que fosse geométrico, mas o horror era existir um programa para cumprir e não o conseguiamos descodificar. E se colocassemos alguma questão eramos insultados, tal como já tinhamos visto na sala do quinto ano. Acordei a pensar que não me livro das caves da escultura, mesmo depois de terminado o doutoramento. E a geometria, o que andaria ali a fazer?</span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-75931676423165630362018-04-25T08:34:00.001+01:002018-04-25T08:35:53.217+01:00Dia-a-dia #279<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnwToHLeVrnu7YFThHLto9wfvKTQsZ2bf7wG_hJR9z7-W-fhNbr2uOFM26RRoYqFC6xDL7Gh4Pc59qUAcQxiVB2FBzaXHZhAMj5Kkga5b_bW2xdBdp6kwJObzj1osQE3ZZ1pVXDJuXq14/s1600/31287198_10211859228464763_8544219969418690560_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnwToHLeVrnu7YFThHLto9wfvKTQsZ2bf7wG_hJR9z7-W-fhNbr2uOFM26RRoYqFC6xDL7Gh4Pc59qUAcQxiVB2FBzaXHZhAMj5Kkga5b_bW2xdBdp6kwJObzj1osQE3ZZ1pVXDJuXq14/s400/31287198_10211859228464763_8544219969418690560_n.jpg" width="400" /></a></div>
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Esta fotografia diz mais que mil palavras.</div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-31528584036755420022018-04-22T11:57:00.001+01:002018-04-22T12:11:41.357+01:00Dia-a-dia #278<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/NMgEPp2F0Mk" width="480"></iframe><br />
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As coisas que se encontram na net, esta peça do Lopes-Graça é velhaca, era assim que o compositor chamava às músicas difíceis de interpretar. Estive a cantar nos contraltos neste concerto em Egér na Hungria, em 2012. Lembro-me que a seguir os anfitriões nos ofereceram uma prova de vinhos da região. E estávamos de volta dos vinhos todos contentes, quando se aproximou de mim um homem já com uma certa idade, e me preguntou a opinião. Eu fui direta ao assunto: achei os brancos muito ácidos, mas avisei-o que sou uma esquisitinha em matéria de vinhos brancos. Os tintos tinham uma personalidade forte e gostava. Ele concordou comigo e fez-me perguntas sobre os vinhos portugueses. Falei-lhe das várias regiões e das suas diversidades. Entretanto afastou-se e o meu maestro disse-me que era o presidente da câmara. Sou mesmo desbocada, fui indelicada a criticar logo os brancos na presença do principal anfitrião. Mas reapareceu com uma garrafa de tinto de reserva, explicou-me que os tintos tinham uma casta chamada 'sangue de boi', que caracterizava os vinhos da região, não me lembro como se dizia em húngaro porque é uma língua lixada. O tinto de reserva era extraordinário. Conversámos mais sobre vinhos e ele agradeceu-me, porque ia de férias a Portugal e assim já tinha umas pistas para procurar bons vinhos.</div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-72192711912885559632018-04-19T19:04:00.000+01:002018-04-19T23:45:55.029+01:00Dia-a-dia #277<div style="text-align: justify;">
Vinha para casa com os sacos das compras do supermercado e em pleno jardim do Campo Pequeno, neste dia quente, estava um bando de pinguins fardado a rigor, a praxar um grupo de miúdos. O ritual era militarista, o pinguim da colher de pau urrava ordens, os miúdos tinham de fazer gestos iguais, contavam em alto e rematavam com um 'Ai!' uníssono. Aproximei-me e disse-lhes bem alto: "Isso é que é brincar ao fascismo!?!?". Parou tudo. Pousei os sacos no chão, cruzei os braços e fiq<span class="text_exposed_show">uei em silêncio a ver se me respondiam. Os miúdos ficaram na mesma posição virados para os pinguins. Os pinguins começaram a bichanar entre eles e elas e com risinhos nervosos. Os miúdos estavam virados em frente, mas espreitavam com os olhos na minha direcção, até o pinguin da colher dizer, num tom baixo, para não ligarem. Encolhi os ombros, peguei nos sacos e abalei. Quando já estava na minha rua recomeçou a parada. Pensei:mas porque é que fui mandar a boca se é igual? Bom, pelo menos tentei fazer alguma coisa.</span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-51602454884236221072018-04-05T21:06:00.000+01:002018-04-05T21:06:00.288+01:00Dia-a-dia #276<div class="_5pbx userContent _22jv _3576" data-ft="{"tn":"K"}" style="text-align: justify;">
Para além do vento levantar as porcarias que caem dos plátanos e voam por todo o lado, fazem cósegas, dão comichões, fazem os olhos chorar e dão cabo da respiração; os animais e vegetais estão reunidos em torno da arena raios que a partam, inaugurou a temporada com fados e cornetas e os Maranata cantam mal e sempre à mesma hora, espero que se calem também pontualmente.</div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-11284655488443784002018-04-05T00:34:00.001+01:002018-04-05T00:34:23.291+01:00Dia-a-dia #275A primeira vez que li a «Aparição» de Virgílio Ferreira foi numas férias da Páscoa, estava em Lisboa a visitar os meus irmãos mais velhos que viviam no apartamento da minha avó Ana. Encontrei o livro no quarto do meu primo Luís, que tinha a coleção RTP (ele não o leu de certeza, nem deu por lho gamar). Tinha catorze anos e ainda vivia em Évora. Mais tarde voltei ao livro e vou continuar a voltar de certeza. Hoje fui bastante reticente ver o filme. Foi uma grande surpresa: a fotografia lindissima, gostei dos actores, do guarda-roupa, decors e ambientes, reconheci muitos sítios, as ruas de Évora, os sinos da Sé. O Fernando Vendrell está de parabéns, é um belo filme, a não perder.MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-43673694303310647122018-03-21T14:17:00.005+00:002018-04-19T19:05:10.596+01:00Poemas # 125<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5ab26890801b24412905938">
Poemas quotidianos<br />
<br />
como o sol<br />
como a noite<br />
<div class="text_exposed_show">
<br />
como a vontade de comer<br />
e o sono<br />
<br />
como as preocupações<br />
e o amor<br />
<br />
e porque saio à rua<br />
e trabalho<br />
diariamente<br />
<br />
António Reis. “Poemas quotidianos” (1957). Lisboa: Tinta da China, 2017.p.27</div>
</div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-68251659922186612962018-02-20T12:22:00.002+00:002018-04-19T19:05:29.453+01:00Dia-a-dia #274Sonhei que o júri do meu doutoramento não conseguia ver as imagens que se encontram em anexo na tese, em formato digital, porque estavam encriptadas. Que absurdo! Acordei a pensar que agora ao menos aparecem situações relacionadas com a tese de doutoramento no meu subconsciente, em vez das caves da escultura.MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-16365594850791666162018-02-14T16:09:00.002+00:002018-02-14T16:09:49.537+00:00Dia-a-dia #273Hoje perdi algum tempo à procura de um livro-guia que trouxe há alguns anos do Museu Morandi em Bolonha. Os armários dos livros por cá estão dispostos em várias zonas, e divididos também em ensaio, ficção, livros de arte, poesia e por sua vez, dentro de cada género os autores estão disposto por ordem alfabética. O Morandi estava no meio dos tijolos, não sei como lá foi parar, estava fora de ordem entre ensaios no armário à entrada da casa de banho. Quando acontecem estas coisas só me pergunto: mas porque é que tenho tanto livro? Talvez fosse altura de reduzir e fazer a triagem, afinal não são muitos os livros que estamos a ler e a ver continuamente, ou queremos lá voltar.MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1055507998106941134.post-53118408721378410892018-02-12T19:42:00.002+00:002018-02-12T19:42:34.278+00:00Dia-a-dia #272
<br />
<div class="MsoNormal" style="-ms-text-justify: inter-ideograph; line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Voltava hoje de Évora, de boleia
com os meus sobrinhos mais velhos e estava a olhar para a paisagem na auto-estrada.
Naquela zona de transição do montado para pinhal, já perto de Vendas Novas, os cabos
de alta tensão têm verdadeiros condomínios privados de cegonhas. Até comentei
com os miúdos, que já estão graúdos: mas porque raio as cegonhas vão para ali
fazer os ninhos? Será que gostam da radiação? Aquilo deve ser quentinho.<o:p></o:p></span></div>
MJLFhttp://www.blogger.com/profile/07637306301504575726noreply@blogger.com0