O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Poema #118

ARTE POÉTICA I


apontadas para a voz do tempo
as paredes da memória
alimentam-se
das sementes da terra
tão detalhada e rigorosamente
como o movimento das pálpebras;
os ossos da voz rasgam o silêncio das palavras
e é no relevo do tacto
que olham e que dizem
como os destinos da vida
se abrigam sob o gesto da morte
numa terra solar
onde as sombras
têm a veemência da luz.

R. Lino - " Baixo-Relevo". Lajes do Pico: Companhia das Ilhas, 2013. p-31

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