E estava aqui tão sossegada depois de massacrar o meu sobrinho Vasco, durante horas com Geometria Descritiva, quando comecei a ouvir uma pandeireta na rua, acompanhando vozes desalinhadas. Pensei: deve andar por ai um bando de pinguins a arrotar. Mas não, abri a janela e deparei-me com um grupo de idosos com guitarras a cantarem as janeiras. Na rua ninguém lhes estava a ligar, mas achei-os amorosos, apesar do som. Traziam as letras escritas em papeis nas mãos, bem que olhavam para lá, mas com tão pouca luz, acho que não se estavam a orientar muito, mas faz parte. Desejei-lhes um bom ano, agradeceram e cantaram um pouquinho mais para a minha janela - que está com o estores avariados. A gata Lua é que não gostou nada, mal abri a janela, pisgou-se. Ainda a tentei apanhar para a levar lá, mas ela estava em estado de choque e fugiu novamente. Continua escondida debaixo do cadeirão, apesar de tudo estar outra vez tranquilo.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
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