O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?

sábado, 26 de outubro de 2013

Dia-a-dia #194


Sintra: outra vez cedo em Agosto, não se vê o outro lado da rua; uma sombra térmica interior; dezassete graus de Oceano Atlântico nos pés. O tempo esculpiu as rochas na Adraga, o mar bravo e a brisa corre-me nas veias. Sintra: não existe um dia igual a outro dia, o presente ocupa o espaço ou o espaço pára o presente. A presença do tempo, o microclima coloca-nos em causa e em pleno Verão o pôr-do-sol pede. A humidade, o vento gelado à beira-mar e o pôr-do-sol pede um casaco. Um abraço. Sintra: crepuscular, o pôr-do-sol pede as palavras no regresso a casa com estrelas. A neblina cobre o céu nas horas de sono e as palavras sonham em casa. Sintra: fiquei à espera no nevoeiro, as folhas caíram e amontoaram-se no chão; as palavras espalharam-se com o vento; pouco importa se perdi palavras, sei que elas vão e vêm como mar que me corre nas veias. Agora já não sonho acordada. Sintra: terminou o tempo lírico.

 

 

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