Sintra:
outra vez cedo em Agosto, não se vê o outro lado da rua; uma sombra térmica
interior; dezassete graus de Oceano Atlântico nos pés. O tempo esculpiu as
rochas na Adraga, o mar bravo e a brisa corre-me nas veias. Sintra: não existe
um dia igual a outro dia, o presente ocupa o espaço ou o espaço pára o presente.
A presença do tempo, o microclima coloca-nos em causa e em pleno Verão o
pôr-do-sol pede. A humidade, o vento gelado à beira-mar e o pôr-do-sol pede um
casaco. Um abraço. Sintra: crepuscular, o pôr-do-sol pede as palavras no
regresso a casa com estrelas. A neblina cobre o céu nas horas de sono e as
palavras sonham em casa. Sintra: fiquei à espera no nevoeiro, as folhas caíram
e amontoaram-se no chão; as palavras espalharam-se com o vento; pouco importa
se perdi palavras, sei que elas vão e vêm como mar que me corre nas veias.
Agora já não sonho acordada. Sintra: terminou o tempo lírico.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário