O PÃO
Há pessoas que amam
com os dedos todos sobre a mesa.
Aquecem o pão com o suor do rosto
e quando as perdemos estão sempre
ao nosso lado.
Por enquanto não nos tocam:
a lua encontra o pão caiado que comemos
enquanto o riso das promessas destila
na solidão da erva.
Estas pessoas são o chão
onde erguemos o sol que nos falhou os dedos
e pôs um fruto negro no lugar do coração.
Estas pessoas são o chão
que não precisa de voar.
Rui Costa - " A Nuvem Prateada das Pessoas Graves". Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2005.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
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Apetece assim ficar em silêncio escutando as palavras a aparecer como estampidos...
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