Sonhei com a casa dos meus avós em Évora, mas desta vez a casa estava desabitada há muitos anos. Percorri o labirinto do seu interior abrindo as portas que ligavam os espaços, e de quarto em quarto, de sala em sala, havia apenas os móveis de várias épocas que se misturavam, era necessário arrumá-los para saírem de lá e serem distribuídos. Durante anos sonhei com aquele labirinto, o seu interior era habitado por mulheres desconhecidas em sofrimento, talvez tivessem ficado por lá emparedadas. O espaço da casa funcionava como um espelho da cidade branca das muralhada, era belo e amargo em simultâneo. Foi muito violento. Mas hoje acordei com uma enorme sensação de alívio, porque agora havia apenas os móveis, que tal como a memória necessitam de ser limpos, arrumados e reutilizados.
O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
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