O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
sexta-feira, 30 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
poema #122
Perguntaram-me porque não escreves.
Não sei.
Fiquei assim desde que cheguei da guerra.
Prefiro estar no cemitério, por entre as campas de familiares
E amigos.
Assim, estou verdadeiramente só.
E, se não escrevo,
É porque à minha volta tudo morreu
Menos essa flor, aí em baixo, que parece despontar na solidão.
Estranho, nem tinha reparado.
Rui Pedro Gonçalves - "Um rapaz à procura da sua idade". Coimbra: do lado esquerdo, 2014
Não sei.
Fiquei assim desde que cheguei da guerra.
Prefiro estar no cemitério, por entre as campas de familiares
E amigos.
Assim, estou verdadeiramente só.
E, se não escrevo,
É porque à minha volta tudo morreu
Menos essa flor, aí em baixo, que parece despontar na solidão.
Estranho, nem tinha reparado.
Rui Pedro Gonçalves - "Um rapaz à procura da sua idade". Coimbra: do lado esquerdo, 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Dia-a-dia #218
Hoje senti-me uma cobaia na secção de oftalmologia do Hospital de Sta Maria: isto de ter um olho ligeiramente virado para o infinito e o outro para a merda tem que se lhe diga. Estiveram de volta de mim dois médicos a fazerem exames e divertiam-se bastante, eu não percebia nada dos termos técnicos, mas achei uma delícia o entusiasmo deles a classificarem as coisas. Da próxima vez aponto os termos, porque eram mesmo fofinhos. Seguem-se sessões de fisioterapia e deram-me exercícios para fazer em casa. A única coisa que entendi é que o olho direito é preguiçoso, valha-me o esquerdo então.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
terça-feira, 6 de maio de 2014
Dia-a-dia #217
Love is the message: estava escrito nas costas da camisola da rapariga que agora trabalha no café. Sentei-me com o Nuno na esplanada como é habitual, antes de irmos para a biblioteca da Gulbenkian. Ela tratou-nos por meninos, que querida. Comentei que seria por sermos habitués, mas afinal, foi à mesa do lado e tratou toda a gente por "meninos". Lá dentro, quando estávamos a pagar, as moedas saltaram-lhe das mãos, pareciam ter vida. Disse-lhe logo que alguém lhe queria falar. Ela a sorrir respondeu: mais ainda do que falam aqui na esplanada a toda a hora? Disse-lhe que ia receber uma mensagem importante. Ela não estava convencida, achou que só se fosse de muito longe. Acho que hoje vai receber uma mensagem de amor.
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