O que procuro em ti, eco ou planície, que não me respondes? Porque devolves apenas a minha voz?
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
sábado, 22 de fevereiro de 2014
Poema #120
Raio de Luz
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses
somos nós todos
ou
ainda menos.Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses
somos nós todos
ó
literatos.Burgueses somos nós todos
ratos e gatos.
Burgueses
somos nós todos
por nossas mãos.Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.
Burgueses
somos nós todos
ou ainda menos.Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Mário Cesariny – "Nobilíssima Visão "(1945-46)
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Poema #119
CRUELDADE BABY DÓ
não esquecer
todos
os assassinos
criminosos ladrões traficantes
vigaristas manipuladores
torturadores pederastas
néscios viscosos invasores
e etc e tal foram... crianças
que segundo uns quantos
cruéis trapaceiros
dizem ser
o melhor da vida
Jorge Aguiar Oliveira - "Ranço" (Companhia das Ilhas, lda), 2014. p.34.
não esquecer
todos
os assassinos
criminosos ladrões traficantes
vigaristas manipuladores
torturadores pederastas
néscios viscosos invasores
e etc e tal foram... crianças
que segundo uns quantos
cruéis trapaceiros
dizem ser
o melhor da vida
Jorge Aguiar Oliveira - "Ranço" (Companhia das Ilhas, lda), 2014. p.34.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Dia-a-dia #204
1ª Sinfonia de Mahler: hoje em versão de câmara na reabertura do grande auditório da Gulbenkian. Nada a dizer da interpretação rigorosa, escutei com atenção o depuramento, mas senti falta do corpo sinfónico, sobretudo na última parte. Ia preparada para a versão de câmara, foi novo em relação ao que conheço, mas prefiro os contrastes da bipolaridade ou tripolaridade sonora, que só uma máquina instrumental a trabalhar a todo o vapor pode dar numa sinfonia de Mahler. Por alguma razão ele foi maestro, apesar de também compor outras peças mais intimistas. Limpeza sim, mas sou uma preconceituosa. Prefiro as versões sinfónicas, porque aquilo é bom quando na calma surge a tempestade, quando o lirismo é alternado com o mórbido, quando se sente o cómico-trágico. Assim sem contrastes foi higiénico e soube-me a pouco.
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