Sobre este tema, partilho aqui, o que escrevi na página Facebook do blog Antologia de Ideias:
"O povo é sereno… até o mandarem trabalhar! Esta ambição de enriquecer trabalhando, não merece confiança, não venham cá com histórias. Pode até dizer-se que é como aquele mal que não vem só. Como se já não bastasse trabalhar, arriscamos a tornamo-nos num daqueles que mais adoramos odiar: um rico. Lá o viver ricamente, vá que não vá, e até somos bons na coisa. Agora ser rico, jamais!
Mas não fica por aqui. Existem outras tiradas que fazem levantar da cadeira o mais sereno dos populares. Os mais afoitos que experimentem! Digam lá no café, ou na copa do escritório, que temos andado a viver “acima das nossas posses”. Ha! Sereno até ali, é vê-lo levantar-se e tirar as mãos dos bolsos, queixo levantado, em jeito de "ora diz lá isso outra vez!...". Portanto, cuidado.
Cuidado que, Isabel Jonet, presidente do BACF, não teve, coitada. Não apenas ousou dizer que desenvolvemos uma mentalidade despesista – na qual, sem pejo, inclui os próprios filhos – como veio sugerir que não existe miséria em Portugal. Estivesse ela no café teria levado na tromba, e era logo!
Curiosamente, Jonet não insulta tanto os visados, quanto indigna aqueles que, ainda que vivendo mais apertados, falam de uma miséria que não é sua. Aqueles para quem a miséria – seja a acrescida, seja a de sempre – existe e não pode ser negada, nem mesmo relativizada. Não fora perder-se assim uma causa nobre pela qual se insurgir, agora que, “à rasca”, já percebemos que estamos todos. Mais um não-tema."
O Autor Blog: http://antologiadeideias.wordpress.com Facebook: https://www.facebook.com/antologiadeideias.wordpress E-mail: antologia.wordpress@gmail.com
A gata Lua tem imensa cultura artística: ouve em silêncio música que a maior parte dos humanos não aguenta – os cães fazem imenso barulho e as pessoas também. Antigamente, ela atacava e mordia textos filosóficos – são bons para limpar o organismo; agora, se me distraio, vai directa ao que escrevo. A Lua também gosta de pintura sobre madeira – é boa para afiar as unhas; ultimamente, dorme sobre uma escultura que estou a modelar – trata-se de um diálogo com Camões. Ontem encontrei-a lá refastelada, a ouvir o Richter e o Rotropovic a interpretarem as sonatas para piano e violoncelo de Beethoven.
O Sol a espreitar
O gato Sol teve hoje uma experiência nova: estive toda a manhã a pintar e a ouvir a Antena 2. Ele aparentemente reagiu bem, dormiu no sofá ao pé de mim, até que reparei que acordou assustado: na rádio Puccini e as pinturas estavam no chão a secar. Ele saltou e foi cheirá-las desconfiado. Depois olhou para mim e dirigiu-se para a porta do quintal, que abri para o deixar ir à sua vida. Deduzo que não gostou nem de Puccini, nem das minhas pinturas.
Da Natureza-Morta Social
O que é uma " natureza-morta social" ? Conheci este conceito porque foi título de um livro de poemas de Daniel Falb, para o qual contribuí com a imagem da capa. A imagem interpretava um poema que se encontra no interior do livro, não foi feita a pensar numa "natureza- morta social", mas ao lado do título ganhou outra dimensão. O que é uma "natureza-morta social"? Ora aqui está uma pergunta que faço desde que o livro foi publicado em 2009. Por isso comecei a pintá-las no dia 14 de Novembro de 2012.
Sobre este tema, partilho aqui, o que escrevi na página Facebook do blog Antologia de Ideias:
ResponderEliminar"O povo é sereno… até o mandarem trabalhar! Esta ambição de enriquecer trabalhando, não merece confiança, não venham cá com histórias. Pode até dizer-se que é como aquele mal que não vem só. Como se já não bastasse trabalhar, arriscamos a tornamo-nos num daqueles que mais adoramos odiar: um rico. Lá o viver ricamente, vá que não vá, e até somos bons na coisa. Agora ser rico, jamais!
Mas não fica por aqui. Existem outras tiradas que fazem levantar da cadeira o mais sereno dos populares. Os mais afoitos que experimentem! Digam lá no café, ou na copa do escritório, que temos andado a viver “acima das nossas posses”. Ha! Sereno até ali, é vê-lo levantar-se e tirar as mãos dos bolsos, queixo levantado, em jeito de "ora diz lá isso outra vez!...". Portanto, cuidado.
Cuidado que, Isabel Jonet, presidente do BACF, não teve, coitada. Não apenas ousou dizer que desenvolvemos uma mentalidade despesista – na qual, sem pejo, inclui os próprios filhos – como veio sugerir que não existe miséria em Portugal. Estivesse ela no café teria levado na tromba, e era logo!
Curiosamente, Jonet não insulta tanto os visados, quanto indigna aqueles que, ainda que vivendo mais apertados, falam de uma miséria que não é sua. Aqueles para quem a miséria – seja a acrescida, seja a de sempre – existe e não pode ser negada, nem mesmo relativizada. Não fora perder-se assim uma causa nobre pela qual se insurgir, agora que, “à rasca”, já percebemos que estamos todos. Mais um não-tema."
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